A ideia de laboratório aqui apresentada não se refere a um espaço físico, limitado ou composto por instalações e equipamentos para pesquisas científicas. A Livelab, motivada pela potencialidade do ser humano em coletivo, é um espaço em movimento – vivo – criado para a invenção, experimentação e compartilhamento de conhecimentos, práticas e tecnologias que fomentem o desenvolvimento interpessoal e coletivo.

Tais dispositivos desenvolvidos pela associação – jogos e jornadas – são ferramentas potencializadoras para a mobilização comunitária, a transformação social e o desenvolvimento de lideranças. Nesse sentido, compreendemos que a dinâmica dos jogos e das tradicionais gincanas comunitárias, ampliadas pela atual tecnologia conectada à internet e às redes sociais, são poderosos instrumentos para a mobilização e o engajamento da sociedade civil em torno de causas sociais.

A associação foi fundada em outubro de 2014 por Fernanda Camargo Ravanholi, Edgard Gouveia Junior, Iva Glady Takami Duarte e Tiago Ruprecht. Hoje a organização atua para fortalecer a sociedade civil, comunidades periféricas e empresas que querem promover impacto social em seus territórios. Tem desenvolvido metodologias, jogos colaborativos e realizado eventos e experiências piloto para o amadurecimento e fortalecimento de seus objetivos.

Atualmente, a Livelab está concentrada em desenvolver e aplicar a metodologia da Jornada X, voltada à promoção do protagonismo jovem em todo o Brasil. Nossa metodologia tem como princípio o aprendizado com base na experiência do indivíduo. Através de desafios, propomos uma sequência de atividades visando o desenvolvimento interpessoal. Os princípios para as ações serem feitas são o potencial do indivíduo para articular as pessoas à sua volta e a disponibilidade para atuar onde está, ou seja, trabalhamos com metodologias que se adequam a cada lugar, solucionando desafios locais com recursos disponíveis.
A construção dessas metodologias acontecem de forma interdisciplinar. Temos como objetivo valorizar as experiências coletivas e, principalmente, conseguir articular pessoas com diferentes formações para atuar em qualquer lugar, principalmente em comunidades em situação de vulnerabilidade social.

As experiências prévias do idealizador e coordenador metodológico da Jornada X, Edgard Gouveia Jr, com a organização dos Encontros Nacionais e Latinoamericanos de Arquitetura (ENEAs e ELEAs); o Museu de Pesca de Santos; os “Guerreiros sem Armas” do Instituto Elos; a metodologia “Oásis” e “Oásis Santa Catarina”; e o jogo colaborativo “Play the Call” demonstram e afirmam a potencialidade da proposta, pois se baseiam também em mobilizações civis, manifestações populares e ferramentas digitais tão presentes no cotidiano contemporâneo de diversas culturas.

Por fim, acreditamos que essas tecnologias em desenvolvimento podem fomentar e fortalecer a autonomia necessária a diversos grupos que buscam empreender socialmente e, ao mesmo tempo, potencializar habilidades e talentos individuais tão importantes para relacionarem-se em um ecossistema social desafiador. Assim, provocamos grupos potenciais e fornecemos metodologias e estratégias para as comunidades descobrirem-se empreendedoras.